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Lição 5: A realidade bíblica da santificação cristã (Jovens)

TEXTO PRINCIPAL

Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” (Hb 10.10).

RESUMO DA LIÇÃO

A santificação não somente é possível, mas também esperada por Deus em nossa vida.

LEITURA DA SEMANA

SEGUNDA — Lv 20.8

O Senhor nos santifica

TERÇA — Sl 96.9

A beleza da santidade de Deus

QUARTA — 1Co 1.2

Os salvos são santos

QUINTA — Ef 2.19

Somos concidadãos dos santos

SEXTA — Jo 17.17

Somos santificados pela Palavra

SÁBADO — 1Ts 4.3

Deus quer que sejamos santos

OBJETIVOS

  • ENFATIZAR a santidade de Deus;
  • CONSCIENTIZAR de que a santificação é um processo;
  • COMPREENDER o que é a santidade na prática.

INTERAÇÃO

Professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da realidade bíblica da santificação cristã. No decorrer da lição enfatize que na Bíblia há uma moralidade objetiva e específica que passa pela concepção de santidade. Mostre que a moralidade cristã é uma consciência de santidade como resultado da salvação em Cristo.

A santidade é um dos ensinos mais presentes nas Escrituras Sagradas e, segundo o autor da Carta aos Hebreus, sem ela ninguém verá ao Senhor (Hb 12.14).

As Escrituras advertem quanto a termos uma vida íntegra, santa. Logo, viver de modo santo, não é algo retrógrado ou só para alguns que fazem parte do ministério da igreja, mas é algo exigido de todos os salvos. Para os não crentes ou os crentes carnais, a santidade pode até ser desprezível, entretanto, ela faz parte do caráter de Deus. E para Ele, a santidade é necessária para os que o desejam seguir em todos os tempos.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), para aula de hoje sugerimos que você escreva no quadro a palavra “santificação”. Em seguida pergunte aos alunos o que vem à mente deles quando ouvem esta palavra. À medida que forem falando vá relacionando as palavras no quadro. Em seguida faça a seguinte indagação: “Pode um cristão viver de modo impuro, imoral?”. Ouça os alunos com atenção. Explique que “no sentido bíblico, a palavra ‘santificação’ relaciona-se diretamente com as palavras hebraicas e gregas para designar ‘santo’. Ser santo (santificado) significa ‘pertencer a Deus’.” (Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.450). Esclareça que a decisão de ser santo deve ser nossa. Errar é humano, mas persistir no erro é falta de inteligência e de temor a Deus. Logo após peça que leiam Hebreus 12.14 e fale que a falta de santidade é algo sério, pois pode levar uma pessoa ao Inferno.

TEXTO BÍBLICO

1 Pedro 1.13-19.

13 — Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo.

14 — Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância.

15 — Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver.

16 — Porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.

17 — E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação.

18 — Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais.

19 — Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

A santidade, característica moral e prática da fé cristã, é um dos ensinos mais presentes nas Escrituras. Para o homem dos nossos dias, a santidade é representada por pessoas de um grupo tidas por retrógradas, atrasadas e que estão desconectadas com os costumes e regras deste mundo. A verdade é que a santidade é desprezível para o mundo, pois ela faz parte do caráter de Deus. E para Ele, a santidade é necessária para os que o seguem.

I. A SANTIDADE DE DEUS

1. Deus é Santo. O primeiro motivo pelo qual os cristãos ensinam e buscam a santidade é porque Deus é Santo. Diferente do que o mundo pensa, a santidade divina é descrita como algo lindo e admirável: “Adorai ao SENHOR na beleza da santidade; tremei diante dele todos os moradores da terra” (Sl 96.9). Observe que a beleza do culto para os hebreus estava na santidade do Todo-Poderoso, e não em quaisquer outros elementos que pudessem desviar a perspectiva de uma adoração a um Deus santo. Por meio da santidade, o mundo pode ver a glória do Senhor em nós.

2. O Senhor Jesus é Santo. Jesus é descrito como estando bastante tempo cercado de pessoas pecadoras, mas sem ser afetado pelos pecados delas. Ele foi oferecido como um cordeiro imaculado, sem pecado, pelos nossos, e até o Inimigo reconheceu a santidade de Jesus. Ao chegar em Cafarnaum e deparando-se com um homem endemoninhado, antes de libertá-lo, Jesus ouviu o reconhecimento de sua santidade: “[…] Bem sei quem és: o Santo de Deus” (Lc 4.34). O próprio Senhor Jesus falou sobre a sua santificação: “E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade” (Jo 17.19).

3. O Espírito é Santo. O Espírito que Deus deixou para nos guiar na ausência temporária do Senhor Jesus Cristo é chamado de Espírito Santo. Esse nome já nos mostra que Ele é o Consolador, o que se manifesta na igreja por meio de sua presença e seus dons e que atua neste mundo para convencer os pecadores e santificar aqueles que receberam a Jesus. Dessa forma, Ele cumpre em nós a profecia de Ezequiel 36.26,27; “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis”. Somente pela atuação do Santo Espírito conseguimos praticar a santidade em nossa vida.

SUBSÍDIO I

Professor(a), inicie o primeiro tópico da lição ressaltando a importância do estudo da natureza do pecado. Explique que “o pecado distorce todos os conhecimentos e lança dúvidas sobre eles. Ao defendermos a fé cristã, defrontamos com um dilema ético: como pode existir o mal no mundo governado por um Deus onipotente e inteiramente bom? O estudo da natureza divina deve considerar o controle providencial de Deus sobre um mundo amaldiçoado pelo pecado. O estudo do Universo deve descrevê-lo como tendo sido criado bom, mas que agora geme, ansiando pela redenção. O estudo da humanidade deve considerara natureza humana, que se tornou grotescamente desumana e desnaturada. A doutrina de Cristo depara-se com a pergunta de como a natureza plenamente humana do Filho de Deus, nascido de uma virgem, pode ser totalmente impecável. O estudo da salvação deve declarar não somente para qual destino a humanidade é salva, mas também de qual destino foi resgatada.” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.264).

II. A SANTIFICAÇÃO COMO UM PROCESSO

Quando se fala a respeito da santificação como um processo, têm-se em mente três aspectos distintos, que veremos nos subtópicos abaixo:

1. A santificação posicional. Essa perspectiva de santificação nos leva a entender que todos aqueles que foram salvos em Cristo são santos. Ainda que passem por tribulações e nem sempre demonstrem a perfeição, são chamados de “santos”.

Quando Paulo escreveu aos crentes de Corinto, ele os cumprimentou da seguinte maneira: “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1Co 1.2). Lendo a Carta de Paulo, perceberemos que aqueles crentes estavam longe da perfeição espiritual. Eles tinham dificuldades em assuntos relacionados à união, uso da justiça nos tribunais, tolerância com problemas sexuais e administração dos dons espirituais. Se olharmos o que Paulo escreveu após essa saudação, teremos dificuldades para entender como aquele grupo de crentes poderia ser chamado de santo, mas Deus os via assim.

Notemos que o fato de não sermos perfeitos não nos isenta de andar em santidade, pois é preciso continuamente uma mudança de vida. Paulo, após mencionar várias práticas pecaminosas antigas dos coríntios, diz: “E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus” (1Co 6.11).

2. A santificação progressiva. Somos chamados por Deus para seguir em frente na caminhada cristã, nunca para retroceder. A cada ocasião em que um servo de Deus resiste ao pecado, ele não somente glorifica a Deus em suas ações, mas também cresce em santidade. Esse crescimento nos leva a ser mais parecidos com Cristo (Pv 4.18).

É certo que, da parte humana, no que nos cabe, a progressão na santificação envolve a ação do indivíduo. “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição” (1Ts 4.3). Aqui podemos perceber um trabalho conjunto entre a vontade de Deus e a ação humana. A vontade divina é que guardemos o nosso corpo de qualquer contaminação que advenha de um ato sexual desaprovado por Deus. A prostituição era e ainda é um mal que faz com que a sexualidade se torne corrompida e leve seus praticantes ao Inferno.

3. A santificação perfeita ou final. Neste mundo, teremos de lidar sempre com conflitos que podem nos levar ao pecado, mas quando formos glorificados, quando nosso corpo for transformado, quando estivermos para sempre com o Senhor, não nos preocuparemos mais com os desafios com que passamos neste mundo a fim de não pecar. Não pecaremos mais nem estaremos sujeitos à morte, e estaremos no estado da santificação perfeita, com Deus.

SUBSÍDIO II

Santificação — Palavra derivada do lat. sanctus, do verbo heb. qadash, ‘ser separado, consagrado’; do substantivo grego hagiasmos, ‘consagração’, ‘purificação’, santificação, do verbo santificar, separar das coisas profanas ou consagrar.

A santificação precisa ser distinguida da justificação. Na justificação, Deus atribui ao crente, quando recebe a Cristo, a própria justiça de Cristo, e a partir de então vê esta pessoa como se ela tivesse morrido, sido sepultada e ressuscitou em novidade de vida em Cristo (Rm 6.4-10). É uma mudança que ocorre ‘de uma vez por todas’ na condição legal ou judicial da pessoa diante de Deus A santificação, em contraste, é um processo progressivo que ocorre na vida do pecador regenerado, momento a momento. Na santificação ocorre uma cura substancial da separação que havia ocorrido entre Deus e o homem, entre o homem e os seus companheiros, entre o homem e si mesmo, e entre o homem e a natureza.” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1762).

III. A SANTIDADE NA PRÁTICA

1. A santidade na vida diária. Diante da realidade de que servimos a um Deus Santo e o representamos nesta Terra, é preciso que externemos a santidade em que o Espírito Santo nos ajuda a crescer. Portanto, como filhos de Deus, devemos ser presentes onde Ele nos enviar e ali refletir a sua glória. O desejo do Senhor é que sejamos santos, interagindo com o ambiente que nos cerca, afinal, somos o “sal” e a “luz” da terra (Mt 5.13,14).

Podemos manifestar a santidade em nossa vida cotidiana, principalmente no ambiente acadêmico e profissional. Saiba que se Deus permitiu você estudar ou trabalhar, é seu dever glorificar a Ele com seu testemunho, com seu intelecto e trabalho. Seja um aluno(a) aplicado(a) e um profissional excelente. É possível também manifestara santidade em nossa família, em nosso lar. Se ignoramos nossos entes queridos, contemplando somente as limitações que ele tem, deixamos de santificar a Deus dentro de casa, de honrar os pais e de ser posteriormente referência para os nossos filhos.

Devemos experimentar a santidade em todas as áreas da nossa vida e, inclusive, no namoro. Se eu entendo que meu corpo é templo do Espírito Santo, não posso conviver com a ideia de “meu corpo, minhas regras”, pois isto desagrada ao Senhor. O namoro é um tempo de conhecimento (não da prática sexual entre um homem e uma mulher, para que se casem depois com a bênção de Deus.

Lembre-se de que a santidade de Deus em nós deve ser vista em nossas ações. Isso significa a nossa forma de vestir, falar, trabalhar e conviver com outras pessoas. Santos de Deus não se portam de forma vergonhosa no trabalho ou no ambiente de estudos ou familiar. Pessoas santas têm uma linguagem que inspira os ouvintes a pensar nas coisas de Deus. Quem é guiado pelo Espírito não se envolve em negócios reprováveis, se mantém fiel em qualquer ambiente, mesmo que ninguém esteja olhando, pois esses são traços do caráter de quem vai para o Céu. A santidade é percebida na fidelidade entre os cônjuges e na nossa forma de lidar com o dinheiro. Como se percebe, a santificação é vista pelas pessoas que nos cercam, e Deus assim planejou para que vissem a glória dEle em nossa vida.

2. Somos santificados pela Palavra. O Senhor Jesus sabia da importância da santificação, e também do preço que se paga para que o crente tenha uma vida de santidade. Por isso, Ele orou: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). O Senhor nos mostra que o tempo dedicado à leitura tem uma enorme influência na nossa vida espiritual, especificamente para a santidade. À medida que nos dedicamos à leitura, à meditação e ao estudo da Palavra, entendemos melhor o caminho de Deus para a nossa santificação (Sl 119.11). Quando a Palavra ocupa espaço em nossa mente, temos menos tempo para focar nas coisas desse mundo.

3. A santidade nos conduz para o Céu. Há quem veja a santidade como uma condição moral que serve somente para nos atrapalhar de ter uma vida de prazeres e realizações mundanas. Mas se pensarmos que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, nos lembraremos de que existe em nós uma consciência que nos diz o que fazemos de certo ou errado, e com esse juízo, um sentimento de alegria ou culpa, com a sensação de que chegaremos em algum lugar. Se cremos na vida eterna, devemos também crer que um dia estaremos diante de Deus para ouvir: “[…] Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21). Precisamos nos acostumar com a santidade como um elemento que nos levará para a glória, e “sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

CONCLUSÃO

Viver em santidade é um desafio constante para todo aquele que já nasceu de novo, mas é um desafio pelo qual não passamos sozinhos. Deus nos proporciona o seu Espírito Santo para nos conduzir em santidade, sempre nos trazendo através da sua Palavra os caminhos a trilhar para agradar a Ele. E se Deus nos ordena a viver uma vida de santidade, é possível vivê-la, pois Ele jamais nos ordenaria a fazer algo que não pudéssemos cumprir.

ESTANTE DO PROFESSOR

WALLE, Bernie A. Van. Santidade: Uma Introdução Teológica. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

HORA DA REVISÃO

1. Qual o primeiro motivo pelo qual os cristãos ensinam e buscam a santidade?

O primeiro motivo pelo qual os cristãos ensinam e buscam a santidade é porque Deus e Santo.

2. Como é descrita a santidade divina?

Diferente do que o mundo pensa, a santidade divina é descrita como algo lindo e admirável.

3. Somente por qual ação conseguimos praticar a santidade?

Somente pela atuação do Santo Espírito conseguimos praticar a santidade em nossas vidas.

4. Quais os três aspectos distintos da santificação?

A santificação posicional, progressiva e perfeita.

5. Como podemos manifestar a santidade no ambiente acadêmico?

Sendo um aluno(a) aplicado(a).

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