A verdadeira adoração molda o caráter do cristão
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Quando me converti, a adoração se resumia a ir à igreja, participar do grupo de jovens, cantar e pregar de vez em quando. Quando estava fora da igreja ou quando não estava envolvido em alguma dessas atividades, considerava que não estava adorando a Deus. Essa visão limitada sobre adoração era comum na minha comunidade. A maioria das pessoas não viviam uma comunhão com o Pai em todos os aspectos da vida.
Infelizmente essa é a realidade de muitas igrejas. Os motivos que levam os crentes a viverem assim são diversos, no entanto, acredito que a falta de preparo dos pastores e pregadores é o principal. As pregações, em boa parte das igrejas evangélicas, enfatizam uma dualidade que não tem base bíblica. É muito comum a afirmação “cuide de sua vida material e da sua vida espiritual”. Por esse motivo, as pessoas pensam que na igreja estão vivendo a vida espiritual, e em casa, a vida material.
Essa dualidade tem impedido as pessoas de prestarem um culto completo a Deus. Adorar ao Senhor, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, é uma atividade que envolve todo o nosso ser, e acontece a todo o momento. Ir ao templo, fazer sacrifícios e não exercer a justiça social, era uma atitude de muitos, criticada pelos profetas da antiga aliança (Amós 5:21-24; Isaías 1:10-17).
No Novo Testamento vemos Jesus conversando com a mulher samaritana sobre adoração (João 4.20-24). Ela estava preocupada com o local da adoração, pois os Judeus diziam que só podiam adorar no templo, já os samaritanos diziam que era no monte Gerizim. Entretanto, Jesus fornece uma resposta que foge dos padrões “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e em verdade”. Jesus deixa bem claro que o local não importa, mas a motivação. Fica claro que para Ele o culto deve acontecer o tempo todo.
Ao ler as escrituras, observamos a vontade de Deus apresentada pelos profetas e os ensinos de Jesus acerca da adoração, entendemos que nos dias de hoje não é diferente. Deus requer de nós uma adoração verdadeira, que reflete em nossas ações. Não adianta adorar a Deus na igreja e não ter amor ao próximo, apoiar a opressão, apoiar a destruição da natureza, agir com irresponsabilidade nos negócios, etc. Toda a nossa vida deve ser dedicada a Deus em adoração.
Voltando ao meu exemplo, quero dizer que meu entendimento mudou em relação a esse tema, e, sinceramente, não sei dizer exatamente como isso aconteceu. Ao fazer um pequeno esforço para lembrar os passos que segui, verifico que não foi uma caminhada em linha reta. Também não foi algo que simplesmente aconteceu. Acredito que a exposição à pregação da palavra por parte de pregadores de denominações diferentes da minha, contribuiu muito para mudar meu entendimento em relação à adoração. Além do mais, teve minha busca pessoal ao conhecimento através da leitura da Bíblia e de vários livros. Para um estudante de teologia acredito que é mais fácil o acesso a livros. O desafio é: “como fazer para que todo o povo de Deus possa refletir sobre suas crenças, seus dogmas, e assim, possam entender melhor como adorar a Deus?
Não faço parte do grupo que defende uma nova Reforma Protestante, mas acredito que algo deve mudar. Apesar de tratar aqui apenas sobre adoração, creio que é necessário uma mudança na maneira que ouvimos e processamos as informações recebidas, ou seja, os crentes deveriam seguir o seguinte conselho do apóstolo Paulo “ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom” (1Ts 5.21).
Não tenho dúvida que se os crentes tivessem um entendimento melhor da adoração, a igreja seria mais ativa. Teríamos mais envolvimento nas obras sociais e o fundamentalismo não seria tão forte no meio evangélico, pois todos viveriam uma vida baseada no amor. No entanto, acredito que uma mudança mais profunda é necessária.
Aqueles que buscam conhecimento da palavra deveriam assumir uma postura mais reflexiva na exposição do texto bíblico. A ideia é apresentar uma fé racional, bem como, uma adoração racional. A mudança deve começar pela liderança das igrejas. Os pregadores e pastores deveriam viver um evangelho integral, para assim transmitir um ensino sobre a verdadeira adoração.
Levando em consideração tudo que apresentei, surge a seguinte dúvida “será que meu entendimento sobre a verdadeira adoração está correto?”
Se eu realmente acredito no que expliquei acima, não posso ficar estagnado achando que cheguei ao entendimento completo, como se não precisasse questionar nada. Devo continuar questionando meu entendimento desse e de outros assuntos. Uma coisa sei, crer que minha adoração deve ser em qualquer lugar e em qualquer situação tem mudado meu relacionamento com Deus e com o próximo. Além do mais, não guardo esse conhecimento somente para mim, pois entendo a minha responsabilidade em transmitir tudo que aprendi a todos que estão ao meu alcance.
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