Diferentes faixas etárias (do berçário aos adultos)
CARACTERÍSTICAS PECULIARES A CADA FAIXA ETÁRIA
A permanência do aluno, principalmente da criança e adolescente na Escola Dominical, deve-se em grande parte ao professor. O professor que inspira amor e respeito é um forte motivo para levar os alunos à Igreja a cada domingo. A classe deve ser um lugar alegre, onde cada aluno sinta-se à vontade. O aluno deve sair da aula com a sensação de que aprendeu alguma coisa, e não frustrado por não ter entendido claramente o que foi ensinado. Para ter um bom êxito no Ensino, o professor precisa conhecer as diferenças básicas existentes entre as diferentes idades. O ideal é dividi-las em turmas de acordo com as fases de seu desenvolvimento. Sabe-se que em muitas de nossas Igrejas é impossível dividir adequadamente as classes. Neste caso, é imprescindível que os professores tenham bem claras as diferenças etárias e saibam como conciliá-las.
BERÇÁRIO (0 – 2 anos)
É bem verdade que nossas Igrejas, em sua maioria, ainda não possuem um espaço adequado para montar um berçário; mas precisamos nos esforçar e usar nossa criatividade para proporcionar aos nossos bebês um lugar apropriado para o seu bom desenvolvimento. É aqui que começa sua educação cristã. Ao contrário do que muitos pensam, é grande a sua responsabilidade professor(a)!
O bebê precisa de um local arejado, limpo, sem umidade, etc.. Devemos proporcionar-lhe um ambiente saudável e aconchegante. Ele está percebendo tudo o que se passa ao seu redor apesar de ainda não poder verbalizar.
– DECORANDO SUA SALA: Utilize desenhos relacionados à vida do bebê. Prepare-os em tom pastel que dão um ar tranquilo ao ambiente. Você também poderá decorar com fotografias, móbiles, etc.
– BRINQUEDOS: A escolha do brinquedo é algo muito importante. Os brinquedos não devem ser duros, nem pontiagudos. Tenha brinquedos de espuma (encapados com tecido ou veludine), borracha, tecido e similares, que não ofereçam perigo aos pequeninos. As crianças nesta idade colocam, com frequência, os brinquedos na boca. Sendo assim, eles devem ser esterilizados periodicamente.
– MÚSICA: Tenha sempre uma música agradável no berçário. Você pode utilizar CDs musicais de instrumentos musicais compatíveis com o ambiente. Use ritmos diferentes, gesticule, bata palmas. Isso irá motivar o bebê para novas descobertas.
– DESENHO: Só deverá ser dado quando o bebê estiver engatinhando ou sentando com firmeza. Coloque o papel no chão, lápis cera bastão (o mais grosso) e rabisque junto com ele.
– HISTÓRIAS: O bebê ainda não compreende histórias como as crianças maiores. Você poderá mostrar gravuras, falar frases, palavras, etc.. A criança irá, aos poucos, associando as formas aos sons.
– MOBILIÁRIO: Procure mobilizar sua Igreja (através de campanhas, etc.) e envolva os pais, que são parte diretamente interessada, para equipar o berçário. É importante providenciar: berços completos, cadeirinhas para lanche, corrimão na parede (para aqueles que estiverem começando a ficar em pé) e trocador.
– HIGIENE PESSOAL: Combine com os pais para que, a cada domingo, tragam copo, mamadeira e chupeta de seu filho(a) devidamente marcados.
LEMBRE-SE: Nesta idade a criança necessita de muita atenção e afeto. Mostre todo o amor que você tem ao conviver com estas crianças.
MATERNAL (3 – 4 anos)
As crianças nesta fase, comem muito, dormem muito e crescem muito. Isto gera muita energia que deve ser despendida. É muito ativa, mas cansa com facilidade. É necessário planejar muitas tarefas diferentes, pois não conseguem ficar muito tempo numa única atividade.
O método lúdico deve ser fartamente usado nesta fase. A criança não deve ser proibida de pegar, tocar ou apalpar os objetos, pois ela está aprendendo através dos sentidos. Demonstre a elas o que é liso, áspero, duro, mole, frio, quente, macio…
As crianças do Maternal são muito sensíveis, assustam-se facilmente. Se um chora, todos choram; se um bate, logo há outros brigando. Apesar disto, gostam muito de demonstrações de carinho. Elas ainda são muito egoístas; não gostam de dividir. Seu mundo é movido em torno de : “eu”, “meu”, “me dá”, “eu quero”.
Nesta fase a criança deve começar a ser disciplinada, percebendo quando pode conversar e quando precisa fazer silêncio. Aprende pela repetição; uma mesma história deve ser contada várias vezes.
Espiritualmente, demonstra fome pelas coisas de Deus. Tende a imitar as atividades e atitudes dos outros. Observam cuidadosamente o modo como o professor lê a Bíblia, ora ou oferta. Sua credulidade é absoluta.
Seu período de atenção é de aproximadamente três minutos, e seu vocabulário consiste em setecentas palavras. Para ter êxito no Ensino ao Maternal, a chave é ensinar uma idéia por vez, repetida e variadamente.
A sala deve ser alegre, bem arejada e iluminada, com centros variados: um centro composto de mesinhas e cadeiras de tamanho adequado a criança; outro, sem cadeira, apenas com tapete ou carpete. Se o espaço permitir, seria proveitoso criar outros centros: da Bíblia, da história, da natureza, dos trabalhos manuais…
O professor desta classe sempre sentará na altura das crianças e deverá ter ajudantes que o auxiliem no cuidado dos pequenos. O ideal seria um adulto para cada quatro crianças. É muito importante tratar cada criança pelo nome. Nos primeiros dias, as mães devem permanecer na sala próxima ao seu filho.
Copinhos descartáveis e água filtrada devem estar à mão e, se houver condições, pode-se construir em anexo à sala um banheiro com lavatório e vaso sanitário pequenos, conforme as normas técnicas.
A criança desta idade deve assimilar os seguintes conceitos:
– Deus fez tudo.
– Deus nos ama muito, individualmente.
– Deus nos dá tudo o que temos.
– Ele está perto e podemos falar com Ele.
– A Bíblia é um Livro especial que nos foi dado por Deus.
– Quando erramos, devemos falar com Deus à respeito disto.
Cânticos apropriados para esta idade:
– Quem fez as lindas flores?
– Passarinho como vai?
– Leia a Bíblia e faça oração.
– Deus é bom pra mim.
– Jesus é o amigo melhor.
– Somos soldadinhos do bom Capitão.
– Três palavrinhas só.
– O sabão.
Histórias apropriadas para esta idade:
– A criação do mundo.
– O nascimento de Moisés.
– O nascimento de Jesus.
– A filha de Jairo.
– Multiplicação dos pães; Zaqueu; A ovelha perdida.
Como métodos adequados a esta idade, podemos citar: Cartazes, flanelógrafos, quadros, fantoches, brinquedos, animais (vivos e brinquedo), blocos educativos, quebra-cabeças simples, massa de modelar, caixa de areia, livros com muitas gravuras e poucas palavras…
JARDIM DE INFÂNCIA (5 – 6 anos)
O Jardim de Infância, está começando a desenvolver a coordenação motora. Aparece a habilidade manual, com capacidade de realizar trabalhos mais complexos, que envolvam a motricidade fina.
A energia e atividade física devem ser coordenadas em jogos e brincadeiras educativas. Os olhos e ouvidos trabalham tanto que ocorre a fadiga visual e auditiva. Devemos providenciar momentos de descanso.
A criança nesta idade:
IMITA TUDO: Um cachorro roendo osso, um gatinho tomando leite, o regente do coral, o pastor pregando, o professor da Escola Dominical… Cuidado com cacoetes!
É CURIOSA E PERGUNTADORA: As perguntas geralmente começam com: Quem? Onde? E Porquê? Ela pede informações para confirmar suas próprias opiniões ou, simplesmente, para manter uma conversa com adultos.
VIVE NUM MUNDO DE FAZ-DE-CONTA: Devemos ajudá-la a destinguir fantasia da realidade. Não deve ser chamada de mentirosa ao contar como real algo imaginário. Quando uma história é contada, “vive” os personagens. Dá vida a animais, plantas e objetos e conversa com eles.
NÃO ENTENDE EXPRESSÕES FIGURADAS: Se ouve que alguém tem “coração de pedra”, pensa que há uma pedra em lugar do músculo cardíaco. Não devemos usar expressões como “abrir a porta do coração para Jesus entrar”, ou outras semelhantes.
É em torno de quatro ou cinco anos que a criança começa a tornar-se mais amigável, mas ainda gosta de atrair a atenção sobre si. Não sabe disfarçar emoções, nem guardar segredos. Precisa sentir o professor como um amigo firme e carinhoso.
Espiritualmente, tem uma consciência muito sensível. Já sabe distinguir o certo do errado. Quando peca, isto pesa em sua consciência; precisa ajuda para sentir-se perdoada.
O caminho da Salvação deve ser apresentado de maneira bem simples para que todos compreendam e possam aceitá-lo.
Sua capacidade de concentração é fixada entre quatro e dez minutos, conforme a matéria e o interesse. O vocabulário normalmente é de mil e quinhentas a duas mil palavras. As frases ainda são curtas e caracterizadas pelo uso do “eu”, “mim”, e “meu”.
A idade do “faz-de-conta” deve ser aproveitada para ensinar através de dramatização que, além de proporcionar treinamento físico, desenvolvem a expressão oral e são excelentes oportunidades de conhecermos as preferências, os desejos e medos da criança.
Devem ser escolhidas histórias bíblicas e da vida real que ensinem:
- O caminho da Salvação
- Como compartilhá-lo com os outros
- Como falar com Deus
- A alegria de estar na casa de Deus
- A Bíblia é a Palavra de Deus
- Necessidade de testemunhar (histórias missionárias)
Deve-se aumentar o número de histórias, repetindo-as menos vezes (duas a quatro vezes já bastam). Ocasionalmente, pode-se voltar a repetir histórias já contadas.
- Cânticos sugeridos para esta idade:
- Alô, alô!
- Somos soldadinhos
- Deus é bom pra mim
- Eu amo ao meu Senhor
- Pare!
- Bom Pastor é Cristo
- Jesus, o grande amigo
- A formiguinha
- Damos graça ao Senhor
- A cada momento
- Cristo ama as criancinhas
- Eu tenho um amigo que me ama
- Posso ser um missionariozinho
Nesta fase, a criança gosta muito de participar de bandinhas rítmicas. Se ouve boa música nesta época, saberá apreciá-la durante toda a sua vida.
- Histórias sugeridas:
- Zaqueu – sua alegria ao ver Jesus, sua conversa com Jesus, sua Salvação.
- A filha de Jairo – Jesus sara o que está ferido, dá a vida.
- O céu – a linda casa que Jesus preparou para nós.
- A família sunamita – compartilharam sua casa com Eliseu, o servo de Deus e receberam um nenê como presente.
- A Entrada Triunfal – crianças louvam a Jesus.
- Jesus acalma a tempestade – Ele controla tudo, está sempre conosco, não há o que temer.
- A arca de Noé – Deus ama as pessoas e os animais e cuida daqueles que lhe obedecem.
- Jesus deve ser apresentado como o “Melhor Amigo”.
- Versículos apropriados:
- Rm 3,23 – ensinar o verso todo, explicando a palavra “carecem”.
- I Jo 1.7 – “O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado”.
- Jo 14.2 – “Na casa de meu Pai há muitas moradas… vou preparar-vos lugar”.
- I Co 15.3 – “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras”.
- Gl 2.20 – “O Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim”.
- Usa-se os mesmos métodos de Ensino do Maternal: dando-se mais ênfase à dramatização e acrescentando-se lições em cartazes, como: “A Ovelha Perdida”, “A Galinha Ruiva”, “Bolinha”. Etc.
4 – PRIMÁRIO (7 – 8 anos)
As crianças desta faixa etária são caracterizadas pela atividade contínua. O desenvolvimento físico é mais lento. Cansam facilmente, mas não querem descansar; por isto, as atividades devem ser bem variadas.
Começa a se desenvolver o senso de independência, querem mostrar aquilo que sabem fazer e sentem-se satisfeitas quando podem ajudar.
Nesta idade, o aluno é observador e curioso, tem boa memória e muita imaginação. Memoriza sem compreender o verdadeiro sentido.
O fato de ter memorizado um versículo não significa que ele foi compreendido. Um texto bíblico explicado com clareza será memorizado para o resto da vida.
Gosta de histórias de heróis que fazem coisas fabulosas e de dramatizar as aventuras heróicas. Os valores espirituais precisam ser destacados. Compara as atitudes certas e erradas e descobre com facilidade as falhas cometidas pelos adultos.
Os Primários necessitam se muita segurança, amor e aprovação. É importante elogiar suas atitudes e demonstrar satisfação com aquilo que realizam.
Não gostam de competições, pois não querem ser superadas. O medo ainda exerce grande influência. Temem o que é desconhecido.
Espiritualmente, necessitam de Cristo como Salvador. Se ainda não fizeram uma decisão, estão prontos a faze-la, se devidamente estimulados.
A morte e a vida despertam muita curiosidade: “Como pode estar com Jesus uma pessoa que eu vi ser colocada debaixo da terra”. A morte pode ser ilustrada com auxílio de uma luva, que representa o corpo, enquanto a mão representa o espírito.
Grande parte das crianças já sabe ler e escrever. É possível cativar sua atenção de oito a vinte minutos, ou até mais, dependendo do seu interesse pelo assunto e a maneira como ele é apresentado.
- Devemos ensinar o Primário sobre:
- Deus – quem e como Ele é; o lugar de Jesus na Trindade.
- O caminho da Salvação.
- A Segurança da Salvação.
- As duas naturezas do crente.
- A vitória sobre o pecado (confissão, submissão, dependência de Deus).
- Andar diário com Deus (oração, conhecimento da Palavra).
- Testemunho (pessoal e Missões).
A história é agora o mais importante veículo de comunicação. O professor deve dar vida e emoção aos personagens. As lições devem ser apresentadas em série. É indispensável um planejamento consecutivo e progressivo, levando o aluno a tomar novos passos no crescimento espiritual, semana após semana.
- Podem ser apresentadas séries de lições como:
- A vida de Abraão
- A vida de José
- A vida de Moisés
- A vida de Davi
- Os milagres de Jesus
- Os Atos dos Apóstolos
Escolha uns quatro ou cinco versículos por trimestre, com as verdades básicas das lições, ensinando e recordando-os até que os alunos conheçam perfeitamente. Pode-se acrescentar outros versículos, mas os básicos precisam ser recordados e enfatizados todo o trimestre.
Semelhantemente, selecione quatro a seis cânticos com o ensino básico da série de lições e ensine às crianças, que deverão conhecê-los perfeitamente até o fim do trimestre. Dê preferência a cânticos com gestos.
- Os métodos mais adequados ao Ensino são: flanelógrafo, caixa de areia, placa de isopor, cartazes, trabalhos manuais (recorte, pintura, colagem, montagem).
5 – JUNIORES – (9 – 10 anos)
Esta fase pose der descrita na palavra “energia”.
O júnior tem saúde e energia em excesso. Dificilmente adoece e gosta de comer e se mexer muito. Tem um excelente controle muscular, conseguindo fazer coisas que jamais conseguirá como adulto.
O senso de independência cresce e já não quer ajuda dos pais e professores. Os alunos são muito barulhentos, falam alto o tempo todo. Gostam de participar na aula, não se contentando mais em apenas escutar.
Têm sede de saber mais. É a idade ideal para desenvolver o gosto pela leitura bíblica, localização das passagens, freqüência aos cultos, estudos das lições da Escola Dominical, contribuição financeira, ações e graças, intercessão… Os juniores têm excelente memória, que deve ser totalmente aproveitada para a memorização de versículos. O professor deve exigir perfeição na recitação.
Já sabem relacionar tempo, espaço e acontecimentos. Querem informações sobre a Geografia, a História e Cultura: O que aconteceu? Onde? De que maneira? Quando? Por quê?
Não querem ser individualistas, mas desejam pertencer a um grupo. Não gostam do sexo oposto, por isto é recomendável separá-los em classes diferentes, uma vez que aquilo interessa aos meninos não interessa as meninas, e vice-versa. Se não for possível separá-los, deve-se ao menos dispô-los na classe separadamente: meninas de um lado e meninos de outro.
O aluno não gosta de demonstrações de carinho, como beijos e abraços, mas precisam saber que é querido. Isto deve ser demonstrado pelo tom de voz e atitudes do professor.
Gosta de competir com todos, de atitudes arriscadas aventuras perigosas. Procura “provar” que seu pai é o mais forte ou a sua mãe a mais bonita. Tudo lhe desperta o interesse. Coleciona cartões, figurinhas, selos, tampinhas, latinhas, brinquedos, etc.
Seu interesse é despertado por histórias de heróis e pessoas corajosas às quais devotam admiração.
O Senhor deve ser apresentado como Deus forte e Amoroso. Os juniores têm consciência do pecado e querem livrar-se de suas conseqüências. O professor deve orar para que cada aluno tenha um encontro real com Cristo antes de entrar na fase da adolescência.
Se o aluno já aceitou Jesus, é a idade de experimentar pessoalmente a consagração e a vida vitoriosa. É a idade quando devemos apontar-lhe a necessidade de um preparo para o serviço do Senhor, e de orar pelo seu futuro.
Os juniores estabelecem altos padrões de conduta, tanto para si como para os adultos que os rodeiam e sentem-se frustrados em extremo, se as pessoas que admiram vivem desacordo com o padrão. Também se decepcionam se não conseguem viver de acordo com o padrão que estabeleceram para si.
É fundamental a orientação do professor para que os juniores se desenvolvam espiritualmente e tenham uma vida vitoriosa, que evitará muitas frustrações.
- Para um ensino adequado, é necessário recapitular os ensinos e lições apresentados nos anos anteriores, enfatizando a consagração a Deus e acrescentando:
- O plano de Deus para a nossa vida;
- Doutrinas fundamentais (Fé, arrependimento, Salvação, Batismo, A volta de Cristo…)
- Memorização de versículos e nomes dos livros da Bíblia.
- Fatos sobre a Bíblia, escritores, traduções, etc.
- Geografia Bíblica.
- Séries sugeridas:
- “A Vida de Ester”
- “A Vida de Daniel”
- “A Bíblia”
- “Atos”
- “Experiências Missionárias”
As histórias ainda são um bom veículo de ensino e devem tratar de um herói que soube enfrentar as dificuldades e vencê-las. No final da lição, deve ser apresentado um questionamento aos alunos: onde aconteceu? Como foi? Quem fez? Por que agiu assim? Qual o motivo da vitória? Que erros cometeu? Por que? Deus permitiu?
As atividades práticas devem ser fartamente incentivadas: visitar uma criança ( ou até um velhinho) doente, distribuir folhetos, participar de programações ao ar livre…
Nesta idade o aluno crente deve aprender a ganhar vidas para Cristo. Ensine-o a evangelizar outras pessoas (crianças ou não) e acompanhe-o nas primeiras experiências, auxiliando-o, se necessário. Use o “Livro Sem Palavras”, ou outro método adequado à idade do “evangelista”.
6 – PRÉ ADOLESCENTES (11 – 12 anos) e ADOLESCENTES – (12 – 14 anos)
A adolescência é a fase em que ocorrem maiores mudanças físicas e psíquicas. O corpo se desenvolve rapidamente e o controle muscular tem que ser aprendido.
O adolescente, também chamado de Intermediário, ainda não está consciente de que sua capacidade física é maior e, facilmente bate portas e janelas ou machuca alguém inadvertidamente. Os membros crescem mais rápido que o restante do corpo; por isso tropeçam nos próprios pés ou esbarram nos móveis com a maior facilidade. Sentem-se tímido e desajeitado e tem períodos alternados de energia e fadiga.
Neste período, o aluno é muito impulsivo: Toma decisões precipitadas e pensa que é o “Dono da Verdade”. Ora age como adulto, ora como criança. É extremamente sensível e se ofende por qualquer motivo. Chora ou ri sem razão aparente.
A adolescência é a fase dos questionamentos e dúvidas (inclusive na áreas Teológica). Tudo o que não é explicado satisfatoriamente, é rejeitado.
O Intermediário quer ser considerado adulto. Aprecia os superiores que lhe dão liberdade para tomar decisões, mas que lhe exijam cumprimento dos regulamentos. O professor deve estabelecer regras justas e explicar o motivo das mesmas, a tal ponto que o aluno reconheça que são razoáveis e que beneficiarão a todos.
É preciso agir com compreensão e firmeza com alunos desta idade. Eles estão enfrentando problemas de ajustes sociais. Querem relacionar-se com pessoas do sexo oposto, mas sentem-se inseguros diante delas.
recisam sentir-se parte de um grupo.
Os adolescentes crentes precisam sentir que são parte integrante da Igreja, para que não procurem se integrar a outros grupos que considerem a vida cristã “ultrapassada”. As atividades devem ser muito variadas a fim de que não se tornem desinteressantes aos alunos.
Espiritualmente, o adolescente tem dúvidas inquietantes. Quer examinar tudo que já aprendeu ou que sendo-lhe ensinado, e quer ter convicção própria sobre o assunto. O professor deve ter muita paciência e preparo intelectual e espiritual para responder satisfatoriamente às dúvidas da classe. Jamais deve tentar “enrolar” os alunos com respostas evasivas. Caso não consiga dar uma resposta adequada, seja franco: procure ajuda e responda posteriormente.
Todos os adolescentes precisam ter certeza de sua Salvação. Assim, tornar-se-ão verdadeiros cristãos, fiéis a Deus e dispostos a servi-lo. É oportuno lembrar que decisões tomadas neste período, geralmente são duradouras e por isto mesmo, importantíssimas.
O ensino deve enfatizar:
- Dependência do Espírito Santo;
- Viver pela fé;
- Colocar Deus em primeiro lugar na vida;
- Dízimo e ofertas (sustento da obra de Deus);
- O funcionamento da igreja local e seu lugar nela;
- O Corpo de Cristo, relação dos membros entre si e a função de cada um;
- Os grandes heróis missionários e resultados de seus trabalhos;
- Como transformar fracassos em vitórias.
Deus deve ser apresentado como nosso verdadeiro alvo.
Os melhores métodos são os debates, pesquisas, discussões, trabalhos em grupo, boas histórias que ilustrem diferentes aspectos da vida cristã.
A necessidade da leitura bíblica e da oração deve ser enfatizada. O professor deve estar aberto para escutar os dilemas do aluno e procurar orientá-lo biblicamente. Jamais deve tomar uma decisão pelo aluno. Permita que ele mesmo chegue a melhor solução. Ore sempre com ele pedindo a orientação do Senhor e mostrando que esta é a melhor forma de resolver problemas. Assim o adolescente aprende a depender do Senhor e a ver seu professor como um amigo e confidente.
7 – JOVENS
A juventude é uma fase da vida que se apresenta como um grande desafio aos professores, principalmente aos professores cristãos. A eficácia do trabalho do professor depende dele começar por onde o aluno se encontra ou considerando quem o aluno é.
O ser humano tem gostos e inclinações diferenciados, conforme sua faixa de idade. O professor deve considerar estas diferenças ao determinar o que e como ensinar.
- A juventude precisa ser compreendida para que as aulas sejam orientadas de acordo com suas peculiaridades:
- Época de amadurecimento;
- Término de fase desajeitada – saída da adolescência;
- Raciocínio inquiridor;
- Senso de independência;
- Questionamento de idéias qual seja
- Impulsos de independência;
- Problemas com namoro;
- Forte desejo de aprovação social;
- Surgimento do romantismo;
- Fase de muito devaneio;
- Instabilidade emocional;
- Busca de afirmação;
- Dúvidas e questionamentos intensos quanto a conceitos doutrinário;
- Busca da compreensão racional dos fatos;
- A cosmovisão é ampliada;
- Exemplos de métodos para a classe de Jovens:
- Perguntas e respostas;
- Discussão em grupo;
- Debate orientado;
- Audiovisual;
- Narração dosada;
- Tarefas ou pesquisas.
- Explosão de idéias;
- Simpósio;
- Estudo de um caso;
Jovens gostam de mudanças e inovações, daí é preciso tornar o ensino potente e dinâmico e atribuir-lhe força para produzir e transformar alguma coisa, onde o jovem venha agir como fator modificador do comportamento na maneira de pensar, sentir e agir.
Na classe de jovens é necessário dinamizar o ensino, ao ponto de torna-lo interessante em si mesmo, como essência a modificação do viver a quem se ensina, bem como a situação atual de suas vidas é essencial para que se obtenha sucesso com bons resultados.
8 – ADULTOS
Um professor para lecionar para adultos, muitas vezes, sente-se impotente em atender as necessidades e anseios de seus alunos, por serem estes, em certos casos, pessoas que possuem níveis e formação diferenciados.
Quem é o adulto? Quais são suas necessidades, interesses e expectativas?
Estas e tantas outras interrogações sobre as peculiaridades dos adultos devem ser respondidas e refletidas por todos quantos se engajam no magistério específico.
Segundo o dicionarista Aurélio, o termo “adulto” diz respeito ao “indivíduo que atingiu o completo desenvolvimento e chegou a idade vigorosa; que atingiu a maioridade.” No âmbito psicológico diz-se do “indivíduo que atingiu plena maturidade, expressa em termos de adequada integração social e adequado controle das funções intelectuais e emocionais.”
Além dos aspectos físicos e psicológicos, podemos também observá-lo pelo prisma social e espiritual. A maioria dos adultos está estabilizada na área financeira, familiar e social. Buscam coisas concretas e reais. Suas expectativas estão fundamentadas em aspectos reais da vida.
Para melhorarmos a qualidade do ensino ajustado aos adultos, precisamos conhecer suas necessidades, preferências, expectativas e principalmente, de que modo se disponibilizam à aprendizagem.
- Vejamos:
- adulto precisa envolver-se totalmente no processo ensino-aprendizagem;
- adulto também requer métodos flexíveis e variados;
- adulto também precisa de novidades;
- adulto rejeita a improvisação;
- adulto precisa ser incentivado;
- adulto precisa ser compreendido, respeitado e valorizado;
- adulto precisa sentir que faz parte de um grupo.
Ao contrário do que se pensa, lecionar para adultos pode ser um grande desafio. Basta ser criativo, dinâmico e empreendedor.
Um bom professor nunca fica satisfeito com seu trabalho. Procura sempre melhorar seu desempenho. Vive na busca constante do novo, de como criar novas expectativas em seus alunos.
- ensino dinâmico é aquele que provoca nos alunos uma sensação de intensa vontade de aprender.
- Compreensão ou entendimento – Capacidade de explicar ou mudar a forma das informações recebidas.
Exemplos:
- Pedir ao aluno para reafirmar uma idéia bíblica com suas próprias palavras.
- Pedir aos alunos que sugiram palavras que signifiquem o oposto de certas palavras chaves
- Pedir aos alunos que escrevam uma definição provisória de determinados conceitos.
- Aplicação ou transferência – Capacidade de usar em novas situações a informação recebida; transferir a informação para outro contexto.
Exemplos:
- Pedir ao aluno que diga como uma determinada situação quebra certo princípio bíblico.
- Pedir ao aluno que demonstre o uso de um princípio bíblico.
- Pedir ao aluno que antecipe o que acontecerá se uma pessoa quebrar um princípio bíblico.
- Perguntar o aluno o que faria numa determinada situação, sendo dado um certo princípio bíblico.
- Análise – Capacidade de dividir a informação em partes.
Exemplos:
- Pedir que o aluno faça um esboço de um texto bíblico.
- Pedir que o aluno prove ou desaprove uma ideia.
- Pedir que os alunos detectem os erros de lógica num diálogo ou numa leitura.
- Pedir que os alunos reconheçam repetições de conceitos-chave num livro ou trecho bíblico.
- Pedir que os alunos deduzam o ponto de vista do autor e seu propósito num determinado livro da Bíblia.
- Síntese – Capacidade de criar nova forma de informação colocando as partes juntas.
Exemplos
- Pedir que os alunos componham uma peça, uma poesia, uma música ou uma história que reflita ou contextualize o assunto bíblico.
- Pedir que os alunos proponham maneiras de aplicar um princípio teológico.
- Pedir aos alunos que contem uma experiência pessoal e que expliquem o relacionamento entre essa experiência e o princípio teológico.
- Pedir que os alunos proponham uma maneira de fazer um levantamento que descreva os obstáculos cotidianos à aplicação do princípio teológico.
- Pedir que os alunos prevejam algumas consequências ou implicações de um princípio teológico.
- Avaliação – Capacidade de julgar valores baseado em princípios.
Exemplos:
- Pedir aos alunos que classifiquem itens em ordem de valor ou importância.
- Apresentar um estudo de caso. Pedir que os alunos identifiquem as falácias naquilo que o caso apresenta em comparação com o princípio em estudo.
- Pedir aos alunos que indiquem os erros de lógica numa apresentação.
- Pedir aos alunos que digam se concordam ou discordam de uma colocação à luz de um texto bíblico e que justifiquem as suas respostas.
- Pedir aos alunos que façam uma avaliação dos valores da nossa cultura ou dos seus lares que estejam facilitando ou impedindo a aplicação de uma verdade bíblica
Fonte: ibdtkids