Perigo do ativismo, Vários Cargos na Igreja
Luciano Subirá: quando o ativismo ministerial atrapalha
“Aprendemos que Jesus Cristo não está atrás de quem apenas apresenta alta produtividade no ministério, mas de gente que seja modelo para o rebanho, que tenha uma conduta exemplar”
Por Marlon Max
Um dos grandes desafios para pastores e líderes nos dias atuais é viver de forma equilibrada e de forma intencional. Com as facilidades que as novas tecnologias nos propiciaram é tentadora a ideia de elaborar agendas cada vez mais cheias de afazeres. Mas o que o ministério de Jesus nos mostra sobre esse ativismo. Será que fazer se tornou mais importante do que ser?
Esse equilíbrio entre ação e vida com Cristo é cada vez mais difícil de se manter. O ativismo ministerial, por muitas vezes, ofusca a experiência real com Jesus que é foco de tudo que o Cristão faz. Para o pastor Luciano Subirá, a nossa agenda deve refletir quem somos e o porquê fazemos as coisas.
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“O que fazemos (obras) deveria ser uma extensão do que somos (caráter). No dia da prestação de contas ao Senhor, as obras não serão uma justificativa para a ausência de santidade e caráter de Cristo em nós”, alerta. Subirá também cita a passagem do evangelho de Matheus 7:22-23.
“Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.”
De acordo com o pastor, a Palavra de Deus não exorta necessariamente o ativismo ou a rotina daquelas pessoas, mas questiona a qualidade do caráter de quem diz realizar obras em nome de Deus.
“Observe que Jesus não chama essas pessoas de mentirosas, alegando que nada daquilo foi de fato feito ou mesmo que não foi feito em Seu nome. Isso nem é contestado. Elas, de fato, realizaram as obras do ministério em nome de Jesus e tiveram resultados. No entanto, o fazer não suprime a necessidade de ser, de ter um caráter que reflita santidade e compromisso com Deus”, justifica.
O Senhor Jesus exalta as obras e o ministério de uma igreja de alta performance. Contudo adverte que, se prosseguisse no pecado de não amar a Jesus intensamente – uma violação do maior mandamento (Mc 12.30,31), alerta Luciano Subirá, Ele retiraria o que antes havia confiado às mãos do mensageiro.
“Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.”, diz o texto de Apocalipse 2:2-5
Para subirá “a lição que aprendemos é que o Senhor Jesus Cristo não está atrás de quem apenas apresenta alta produtividade no ministério, mas de gente que seja modelo e referência ao rebanho, que tenha uma conduta exemplar”, esclarece.
Mesmo quando o exemplo dos ministros é comprometido, a Palavra de Deus permanece verdadeira e deve ser proclamada. Como bem disse o próprio Cristo: “Fazei e observai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem” (Mt 23.3). Subirá no entanto lembra que “sem o testemunho dos que estão à frente, o ânimo de obedecer à verdade pode ser comprometido”.
Luciano P. Subirá é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos , Israel e Lissa.
Extraído: Comunhão
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